[!quote] Mortmer J. Adler
“Quando você compra um livro, você estabelece uma propriedade diretamente nele, assim como você faz com roupas ou móveis quando você compra e paga por eles. Mas o ato de compra é, na verdade, apenas o prelúdio da posse no caso de um livro. A posse total de um livro só vem quando você o torna parte de si mesmo, e a melhor maneira de se tornar parte dele — o que dá no mesmo — é escrevendo nele.
Por que marcar um livro é indispensável para lê-lo? Primeiro, ela o mantém acordado — não apenas consciente, mas bem desperto. Em segundo lugar, ler, se for ativo, é pensar, e o pensamento tende a se expressar em palavras, faladas ou escritas. A pessoa que diz que sabe o que pensa, mas não pode expressá-lo, geralmente não sabe o que pensa. Terceiro, escrever suas reações ajuda você a se lembrar dos pensamentos do autor.
Ler um livro deve ser uma conversa entre você e o autor. Presumivelmente, ele sabe mais sobre o assunto do que você; se não, você provavelmente não deveria se incomodar com o livro dele. Mas a compreensão é uma operação de mão dupla; o aluno tem que questionar a si mesmo e questionar o professor. Ele até tem que estar disposto a discutir com o professor, uma vez que ele entende o que o professor está dizendo. Marcar um livro é literalmente uma expressão de suas diferenças ou de seus acordos com o autor. É o maior respeito que você pode pagar a ele.”
— Trecho do livro “Como Ler um Livro”, de Mortmer J. Adler, 1940.